outubro 20, 2009

Teatro dos Bóias-frias

Aqui fica uma imagem "googlada" de Bóias-frias e seus camiões de cana. Curiosamente podemos encontrar um Blog com o nome de Bóias-frias que se dedica à actuação e formação teatral aqui (basta clicar) e onde existe toda uma retórica da pobreza e um uso dos modelos brechtianos para o teatro.

6 comentários:

  1. Eduardo Peagle:
    Para Dawsey (p.17) a figura do bóia-fria configura-se como figura liminar por não se enquadrar ou estar numa transição entre o mundo industrial/proletário e o abandono do campo. Neste sentido a relação entre o eu-privado e o eu-público expresso pelos são-tomenses em Valverde (p.247) poderia entrar neste conceito de liminariedade?

    ResponderEliminar
  2. Renata
    No decorrer do texto, o autor menciona encontrar o efeito de_estranhamento que Brecht buscava no teatro nas carrocerias e_canaviais definindo-o como (...) a alienação da alienação (...) ou_(...) impedir a naturalização do cotidiano (...) ou seja, dar ao_leitor o poder de julgar a ação representada. O proprio texto revela_diferentes caminhos possiveis para olhar os boia-frias nos convidando_a perceber que o texto é tambem uma invencao. Pergunto: Esse efeito_de estranhamento pode ser utilizado como escritura? Um texto que_duvide de si mesmo e convide o/a leit@r a julgar a escritura_impendindo que naturalize-se a mesma? Um texto como performance_desestabiliza o cotidiano da escritura como uma metalinguagem que_duvida de si mesma e aponta caminhos diversos contribui para a_pesquisa em performace na academia? - Acerca do texto O teatro dos_Bóias-frias:repensando a antropologia da performance.

    ResponderEliminar
  3. Maycon
    A idéia de metateatro do cotidiano, uma junção do interesse de Goffman pelo teatro da vida cotidiana e o de Turner, por um teatro desse teatro, parece ser a tônica do texto de Dawsey. Temos aqui a tentativa de relacionar drama social e drama estético. No entanto, essa distinção, como uma série de outras que se configuram na multiplicidade de domínios coexistentes na sociedade moderna, me parece fluida; porosa. Algo que de certa maneira pode ser
    respondido pelo enquadre (BATENSON) que a experiência sugere aos participantes e ao próprio antropologo. Assim, pensando na experiência dos performers, quais perspectivas emergem a partir da idéia de metateatro a não ser aquelas relacionadas a um exercício intelectual extremamente sugestivo aos estudos de performance.

    ResponderEliminar
  4. Mariana
    No texto dos bóias frias, gostaria de comentar sobre a ideia de performance onde quem a desenvolve nao veste um personagem, mas veste a sua propria identidade produzindo uma qualidade que ressalta a diferença provocando transformação para quem observa. onde o observador acaba fazendo parte da performance querendo ou não. E onde quem faz a performance nem tem muita noção que a está desenvolvendo, pelo fato de talvez serem momentos muito rápidos, ou que aquilo já está tão arraigado no cotidiano da pessoa e já virou lugar comum. achei q tem muitas semelhanças com o teatro do oprimido de augusto boal inspirado na pedagogia do oprimido de paulo freire. no caso onde o prorpio oprimido desenvolve a performance. essas performances poderiam ser vistas como subversivas?

    ResponderEliminar
  5. Clarissa Rocha de Melo
    Para Turner, o conceito intitulado por ele de “metateatro”, um drama social ocasionado por crises nas interações dos sujeitos se diferenciaria do “teatro do cotidiano” de Goffman pela questão da reflexividade dos atores sociais. No texto de Dawsey, o autor trata do caso dos bóais-frias como um metateatro do cotidiano, pois os atores sociais refletem a todo tempo sobre sua condição e drama social. Entretanto, existem muitos casos em que os sujeitos, submetidos a situações de trabalho miseráveis, ou que lidem com situações desagradáveis – pensei no caso dos lixeiros – refletem e “brincam” ironicamente com sua própria condição vivenciadas dia-a-dia. Será então que todas estas situações são metateatros do cotidiano?

    ResponderEliminar
  6. Marcelo

    Se Goffman toma a representação do eu como performance quotidiana, Turner por sua vez desloca a performance para eventos marcados como extraordinários, ou seja a performance como metateatro. É esta relação entre o drama estético e o quotidiano que Dawsey busca relacionar em termos de um metateatro? Ainda, Dawsey carnivaliza a atuação social dos bóias-frias com que objectivo?
    Dawsey e Valverde estão pensando a transformação social em performances em níveis distintos. Com Valverde, as recriações encontram possibilidade de mudança com a inserção de personagens e da relação que o público estabelece através do conjunto de intervenções verbais e pragmáticas por parte do público. Com Dawsey, vemos um distanciamento similar ao distanciamento do sociólogo, um metacomentário sobre o social que permite a abertura de espaço para a transgressão, percebido através das brincadeiras, do vestir e do representar?

    ResponderEliminar